"O meu país é a utopia. Um mapa do mundo que não compreenda o país da Utopia não merece nem mesmo um olhar, pois ignora o único país ao qual a humanidade continuamente chega. E quando a humanidade lá atraca, fica alerta, e levanta novamente as âncoras ao vislumbrar uma terra melhor."- Oscar Wilde

SATYRICON DELÍRIO - A MALETA DO MEU PAI.... (???)...

“Para o escritor, viver é sonhar a vida de dentro pra fora” – A Maleta do Meu Pai 

(Cartaz criado pelo Leo Dalledone)

SATYRICON DELÍRIO estreia nesta terça-feira às 13 horas no Teatro José Maria Santos e, inexplicavelmente, não ensaiamos neste sábado, nem ensaiaremos no domingo, contrariando todas as fórmulas sensatas que dizem respeito às encenações teatrais. Então, o que acontece? Acontece um intervalo de outra coisa, na falta de uma explicação melhor. Na verdade, acontece o nascimento de um pequeno sonho, vivido quase em segredo. Acontece A MALETA DO MEU PAI. E o que é “A Maleta do Meu Pai”? Explico. Trinta e dois anos depois que eu entrei no Curso Permanente de Teatro do Centro Cultural Teatro Guaíra, eu resolvi me aventurar num monólogo. Uma experiência que, de certa forma, resume esses anos todos dedicados ao teatro e à arte. A confissão de um escritor (não eu, o personagem!) que dedicou sua vida a olhar para dentro de si mesmo e fazer disso sua arte. Um homem solitário, tímido e profundo. Um anjo/artista, humanista e de coração infinito. São quatro apresentações/teste na Cia. Do Abração (sábado e domingo – 16h e 19h30) num projeto chamado MIS – Mostra Internacional de Solos, onde estão incluídos outros espetáculos/monólogos com atores da América Latina e também atores brasileiros (Fabiana Ferreira, Regina Vogue e Adriano Peterman). O embrião de uma coisa que vai fazer história logo, logo. Em A MALETA DO MEU PAI eu sou ator. Simplesmente ator. Quem dirige é o Áldice Lopes, meu companheiro de 34 anos de estrada. E se a experiência deste sábado foi maluca, emocional, paradoxal, de outro lado foi otimista porque me deu a certeza de estar me aventurando por um terreno nada confortável e, de novo, caminhar na corda bamba, onde nunca sei o que é melhor: manter-se na corda, equilibrando-se e temendo perder o equilíbrio; ou deixar-me cair no vazio e experimentar a queda. Enfim, foi uma verdadeira experiência artística onde eu deposito, mais do que meu trabalho de ator, o sentido desses 32 anos buscando dizer alguma coisa importante para quem vai ao teatro. Neste domingo as duas últimas apresentações desse teste que já me mostrou muita coisa boa e a principal delas é aquela que me diz o quanto é prazeroso estar no palco e ser arte. Sem pretensões, nem arrogâncias, só sinceridade e amor pelo teatro e pela palavra.


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