"O meu país é a utopia. Um mapa do mundo que não compreenda o país da Utopia não merece nem mesmo um olhar, pois ignora o único país ao qual a humanidade continuamente chega. E quando a humanidade lá atraca, fica alerta, e levanta novamente as âncoras ao vislumbrar uma terra melhor."- Oscar Wilde

SATYRICON DELÍRIO - Festa no Vox...! Um pouco de coluna social.

Noite divertidíssima com tudo o que se pode imaginar de TUDO. My God! Terminando a noite na Casa do Gabriel Comicholi na Campina do Siqueira, para dormir só às 8 da manhã. Hoje começam os ensaios de SATYRICON DELÍRIO. E uma nova aventura tem início. O que acontecerá? Quem viver, verá!

(Fotos do amigo Chico Nogueira e, claro, só as minhas porque as outras ainda não tenho...!)

Eu e a Regina... A deusa terra!

Eu e o Marcel... um fofo!

Eu e Helen... queridaaaaaaa!!!!

SATYRICON DELÍRIO - Poesia e erotismo...

“Poesia e erotismo nascem dos sentidos, mas não terminam neles. Ao se soltarem, inventam configurações imaginárias – poemas e cerimônias.”- Octávio Paz


SATYRICON DELÍRIO - Rafael subindo pelas paredes!

SUBINDO PELAS PAREDES!

Rafael fotografado pelo Chico Nogueira


Luis Otávio Burnier, lá pelo começo dos anos 80, olhava no fundo dos olhos dos jovens atores do Grupo Delírio e, com seu sotaque francês arrastado e lindo, disparava: “Vai lá para a frrrenti qui eu queru verrr u teu delírriu...”. E nós nos atirávamos no precipício em busca de alguma coisa que não tinha, nunca teve e nunca terá lógica. Era a busca pela arte do teatro em qualquer lugar onde ela estivesse esperando. E o nosso corpo tinha que ser o que a tinta é para o artista plástico: algo com o que se mexe e remexe para buscar tonalidades, imagens, sentidos, sentimentos e imaginações. O nosso corpo que tem que se expressar em bloco, sem que qualquer mínima parte dele não faça parte da arte e da expressão. Um longo e selvagem mergulho que, de fato é o tal caminhar pela corda bamba. Cair ou não cair? Foda-se! Se for o caso, cair! Rafael Ferreira atirou-se no precipício no último dia da Oficina I – Satyricon Delírio. Fez música com seu corpo, fez pintura com seu corpo, fez escultura com seu corpo, fez teatro com seu corpo e fez arte! Alguém poderia perguntar: “Mas o que daquilo é consciente e o que é pura fruição de sensações?” A resposta é simples: “Que importa?” É arte. Uma foto do querido Chico Nogueira não pode explicar a improvisação. Nem todas, que as outras não podem ser exibidas aqui! Mas Nietzsche também não disse algo como “quando encontramos uma palavra para explicar alguma coisa é porque ela já morreu dentro de nós...” – Então que (ainda bem!) não existem palavras para contar do exercício. Fica a sensação que se multiplica em escala geométrica em nosso espírito e a arte jorra! E também, como disse Harold Guskin: “Os atores não são bons em análise, apesar de a maioria dos bons atores ser muito inteligentes. A análise tem de ser deixada para os acadêmicos e críticos. Atores sabem de sentimentos, imaginação e improvisação.”

SATYRICON DELÍRIO - Expressões da Última Noiva II -

Mais algumas...
(fotos do Chico Nogueira)

Lucas
Evandro
Johnny
Rafael e Roger
Filipe
Jamile
Camila

SATYRICON DELÍRIO - EXPRESSÕES DA ÚLTIMA NOITE...

"A Arte é a auto-expressão lutando para ser absoluta!"- Fernando Pessoa

(Fotos de Chico Nogueira)

Alessandro e Sergius

Ricardo

Victor Hugo

Victor Hugo

Marcel

Roger

SATYRICON DELÍRIO - Último dia da turma da noite...!

TANTO TEATRO EM CARNE E SANGUE!
(Fotos de Chico Nogueira)



Disponibilizar-se, usar-se, abusar-se, ambicionar seu corpo como instrumento, matéria prima e caminho para algum tipo de arte que só acontece de verdade quando é no contato. O teatro. Que pede atores que são portas abertas e nunca cofres fechados com segredos escondidos. Atores que tenham corpos marcantes, reflexos de personalidade marcante, indivíduos marcantes, exploradores marcantes. Atores sensíveis que estejam em contato permanente com seu corpo todo. Que não tripudiam com essa maravilha, o corpo, que se comunica em bloco, que não se divide, que se escancara e tem histórias verdadeiras pra contar. Pessoas íntegras, inteiras, absurdamente corajosas que compreendam o significado do humano. Que desejam encontrar o outro de verdade, sem máscaras ou truques. Atores que estejam interessados em viver o subjetivo e fazer presente o que é invisível. Que compreendam – carne e espírito – o significado do tal “estado de interpretação”. Gente de carne e osso, pulsante de vida e que se doa ao teatro por puro prazer e loucura. Desejo e medo movem o mundo. Não tenho dúvidas disso. Bem... por que isso tudo? Terminamos hoje a Oficina I com a turma da noite. Experiência maravilhosa na Casa do Damaceno. Experiência emocionante, onde o movimento era tão sensível que levava às lágrimas. Não por perda ou memória, mas por si apenas. Ser, saber e poder estavam presentes naquela sala suada e quente. Pessoas incríveis, insistentes e obstinadas! Quanto teatro pode nascer de suas decisões corajosas! Quanto bom teatro. Por hora, 21 dias depois, ficamos por aqui! Mas como a eternidade acontece num átimo de segundo, tudo ainda é vivo e presente. E assim sempre será!


SATYRICON DELÍRIO - Socializando...



SATYRICON DELÍRIO - Último dia da Oficina da Turma da Tarde


Sempre que um espetáculo vai sair de cartaz e estamos no palco desmontando o cenário, guardando os figurinos e fazendo a limpeza geral, costumo brincar fazendo a pergunta espertalhona: “O que isto tudo quer dizer?” E a resposta que quase ninguém acerta é a de “que tudo acaba um dia...!” Pois assim é, principalmente aquilo que sabemos desde o começo que tem prazo de validade. Para a turma da tarde, na Oficina I/Satyricon Delírio hoje foi o último dia. Mas que último dia é esse? Se o teatro entre tantas coisas é a arte do encontro? Como abrir mão de tantas descobertas? De tantas experiências coletivas? De tantos anseios vividos juntos? De tantas histórias inesperadas acontecidas em 60 horas de treinamento corporal elevado às últimas consequências? Como pode ser o último dia de uma aventura de surpreender e, principalmente, se surpreender? É difícil prever o que vem pela frente para todos nós, mas tenho eu a certeza de que nenhum saiu ileso da história. Caminhamos todos pela corda bamba, de onde poderíamos cair sem cerimônia e chegamos ao fim da caminhada, certos de que um teatro aconteceu dentro de todos nós. Talvez até tenhamos caído e nem tenhamos percebido. Talvez até ainda estejamos com os pés grudados na terra ou plainando livres por algum espaço de imaginação. Talvez. De qualquer forma uma coisa é certa, avançamos uns para dentro dos outros sem muita resistência e abrimos portas em nós mesmos. Tenho certeza. Descobrimos novos caminhos. E daí que eu tenho certeza de que não é o último dia. É mais um dia de passos largos. Vamos então aos novos encontros!!! Com velhos e novos amigos!!!


SATYRICON DELÍRIO - ISADORA DUNCAN

"Dançar é sentir, sentir é sofrer, sofrer é amar... Tu amas, sofres e sentes. Dança!!!" - Isadora Duncan


SATYRICON DELÍRIO - NIETZSCHE

"E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam escutar a música." Nietzsche -


SATYRICON DELÍRIO.... A Oficina I em uma palavra....

Estava tentando definir as três semanas da Oficina I de Satyricon Delírio em uma só palavra. Encontrei-a aqui em Cascavel, depois do almoço. A palavra veio assim, como surgem as coisas mais profundas:
SELVAGEM!


SATYRICON DELÍRIO – Me surpreender… Se surpreender…


Dizer ao ator “vai lá para frente que eu quero ver o teu delírio..” ou “vai lá, surpreenda-me...” é até fácil, e claro, difícil encontrar a cada segundo do treinamento, que às vezes leva dezenas de minutos ininterruptos, um estímulo físico novo e que seja vivo, intenso, transformador pulsante de vida e ao mesmo tempo artístico! Uma aventura de improvisação corporal que parece dividir o ator em três ou mais dimensões inexplicáveis. Como nunca perder o contato com o corpo do outro, sem abrir mão do seu próprio e ainda estabelecer uma outra conexão: com o público. Três “estados” plenos, equilibrados, onde um nunca prevalece sobre o outro. Afinal é preciso ser, estar sensível, ou seja, em contato permanente com a totalidade de seu corpo. Então que uma bela parte do treinamento é aquela em que o ator, concentrado, sensível e vivo surpreende a cada instante os olhos e os sentidos de quem o assiste. Mas, mais emocionante é a outra face da moeda: aquela em que o ator, pleno dos três estados, surpreende-se a si mesmo, experimentando o novo entre a tensão, a extensão, a intenção e a porta aberta. Carne e sangue. E tudo é uma coisa só, um verdadeiro estado de interpretação, onde Apolo surpreende e Dionísio surpreende-se! Em meio ao treinamento, a certeza de que a arte é uma consequência de disponibilidade, sensibilidade, alma e coragem! SATYRICON DELÍRIO é a potencialidade daquilo que não se pode tocar e que, invisível, se estabelece em meio à cena como um mistério xamânico e moderno. Lágrimas, suores, arrepios, fraternidade, amor, paixão e desejo superam o medo e... bem... alguma coisa acontece!


SATYRICON DELÍRIO - Tragédie de Olivier Dubois

Qualquer semelhança é mera coincidência!

SATYRICON DELÍRIO - Impressionismo e Expressionismo...!

- Fotos de Chico Nogueira -

"Sempre acabamos adquirindo o rosto de nossas verdades" - Albert Camus
"Só o rosto é indecente. Do pescoço para baixo, podia-se andar nu"-Nelson Rodrigues
"Correndo risco
a linha do corpo
ganha seu rosto"- Alice Ruiz
"Por vezes à noite há um rosto/ Que nos olha no fundo de um espelho/ E a arte deve ser como esse espelho/ Que nos mostro o nosso próprio rosto"- Jorge Luiz Borges