"O meu país é a utopia. Um mapa do mundo que não compreenda o país da Utopia não merece nem mesmo um olhar, pois ignora o único país ao qual a humanidade continuamente chega. E quando a humanidade lá atraca, fica alerta, e levanta novamente as âncoras ao vislumbrar uma terra melhor."- Oscar Wilde

SATYRICON DELÍRIO - 32 anos depois...



Há 32 anos eu entrava no Curso Permanente de Teatro do Teatro Guaíra. Hoje, ensaiando uma garotada na Sala da Casa do Damaceno - uma garotada vibrante e cheia de teatro! – por um daqueles instantes inexplicáveis, fui parar na sala 160 do mesmo Teatro Guaíra, lembrando da minha primeira experiência como ator, diante dos professores, dos próprios alunos, de alguns amigos e do meu primeiro professor de Interpretação Teatral, J. D. Baggio. Meu personagem era um coreógrafo explicando para uma professora (AnaMirta Knudsen) sobre sua paixão recolhida. Por ela. Era uma mistura de “não sei quase nada” com “não compreendo muita coisa” e mais uma boa dose de “como será que se faz?”. Mas era, sim, um começo.  E 32 anos depois e quase 100 direções nas costas, estou eu ali, cheio de outras dúvidas, aquelas que nos assombram quando resolvemos permanecer na corda bamba não sabendo direito se quer chegar do outro lado ou despencar no espaço. Foi um ensaio lindo e que me deu a certeza de estar com um espetáculo fortíssimo e compacto, fluido e brincalhão, sexy e debochado, político e, mais, politicamente incorreto. Como eu gosto! Aquela viagem instantânea na máquina do tempo, na verdade, foi um divertido passeio na montanha russa da vida, com seus altos e baixos, seus gritos de horror, suas vertigens e suas certezas/incertezas, porque o caminho, conhecido visto de fora, é surpreendente vivo experimentado por dentro.




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