Gilca Rigotti, Evandro Santiago, Lucas Buzato e Gabriel Comicholi
PETRONIO – E a arte? A arte que brota do cotidiano! Que pulsa no coração
do cidadão! Ilumina o espírito! Transforma a sociedade!
RAFAEL LUZ – Não fale em arte que me provoca urticária!
RAFAEL F – Cada vez que alguém fala em arte, sinto vontade de puxar a
espada!
LEO – Vou ter um enfarto na coxia!
RICARDO – Aprofunde.
LEO – Vou ter um enfarto na coxia!
RICARDO – Aprofunde.
LEO – Vou ter...
RICARDO – Respira!
LEO – Vou ter um enfarto nas coxias!
RICARDO – Aplausos! Aplausos!
EUMOLPO – Não existe arte no dia a dia. Só vulgaridade, corrupção,
sem-vergonhice e baixaria. Veja a política! Entra governante, sai governante e
tudo fica sempre na mesma putaria! Roubalheira, desperdício, lobbys,
enriquecimento ilícito e uma farra sem fim. A arte está morta.
ATOR – Morta?
TODOS – Morta? Morta? Morta? Morta?
TRIMALCIÃO – A arte está morta!
LEO – Mortíssima! Uma tragédia greco-romana!
ATOR – Afinal de contas, quem é você?
FILIPE – Não percebe? Um intelectual!
TODOS – Ohhhhhh!!!!
ROGER – Um crítico!
TODOS – Ohhhhhhh!!!!
GABRIEL – Um quase filósofo niilista!
TODOS – Ohhhhhhhhhhhh!!!!!
EUMOLPO – Júpiter está morto! E eu pretendo me matar tomando um cálice
cheio de cicuta diante de todos, como protesto pela decadência da palavra
erudita em nome da mediocridade simplista. Devo dizer-lhes que a emoção é uma
palavra que me causa nojo e a narrativa clássica me provoca ânsia de vômito! A
arte nasceu só e só irá morrer! Venham! Venham e assistam à morte do último dos
intelectuais! Júpiter está morto e eu não passo de carne prestes a servir de
comida aos urubus!
Filipe Dassie e Leo Dalledone
Evandro Santiago e Rafael Ferreira
Marcel Gritten como um Sátiro sádico!
Evandro Santiago e Verônica Rodrigues
Johnny Leal e Rafael Ferreira
(Fotos de Chico Nogueira do ensaio de quarta-feira, dia 19 de março)
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