Fizemos hoje a última
apresentação de SATYRICON DELÍRIO no Festival de Curitiba. Foi um belíssimo
espetáculo, com teatro lotado e grandes emoções! Aliás, foi uma belíssima
sequência de apresentações e, teatrais, na verdadeira acepção da palavra.
Teatrais, com tudo o que acompanha esta expressão. Não é fácil encarar um
Fringe com suas limitações e as brincadeiras do destino. Mas como diz Ascilto
no meio da peça: “Sendo toda a nossa fraqueza atribuída à influência divina...
Ótima escapatória pra qualquer um, responsabilizar os deuses por sua natureza
de bode.” – Bem, daqui pra frente vamos pensar na evolução do espetáculo e no
seu significado. Tanta coisa aconteceu. Inclusive na estreia onde foi assistir,
uma autora italiana (imagino que seja Letizia Russo, autora de “Tumba de Cães”)
e que, segundo alguns atores, detonou o espetáculo, falando cobras e lagartos.
Eu imagino que ela nem leu (como nem poderia), por exemplo, a tradução do
Leminski para o clássico de Petrônio. Mas também, isso não é o mais importante!
Porque se ela não gostou, PROBLEMA DELA! Fato é que esta reação provocou uma
certa desestabilização de setores do elenco. Então que eu, nesses casos, sempre
penso o seguinte. Quando uma pessoa como a tal autora dá as caras eu raciocino,
das duas uma: ou eu sou um completo ignorante e não sei quem é ela, ou ela não
é coisíssimas nenhuma, porque se fosse alguma coisa eu saberia quem é ela. Mas
aí alguns atores dizem que devemos levar ela a sério porque ela é “uma autora
importante da Itália”. Ótimo, penso eu!
Então porque está trabalhando comigo? Vai trabalhar com ela! Claro,se
ela quiser! Assim como alguns atores que acham que fazer teatro é seguir uma
fórmula careta que tem duas ou três regras. Vão morrer beijando o pé dos outros
na esperança de ser, pelo menos, a sombra de pessoas que, de verdade, são
importantes! Enfim, quem aproveitou o prazer que foi “Satyricon Delírio”, muito
bem! Quem, com seu medo cagão e sua insegurança de quem tem medo até da própria
sombra e prefere viver num lugar confortável onde todo mundo fica dizendo que
você é bonitinho porque faz um espetáculo bonitinho, deve mesmo dormir na cama
arrumada pela mamãe e nunca, mas nunca mesmo, vai sonhar o sonho impossível. E
depois não sabe porque dá um passo pra frente e dois pra trás! Pra encerrar,
SATYRICON DELÍRIO foi maravilhoso. Trinta por cento da plateia nunca gosta
mesmo, como não gosta nem do romance do Petrônio, nem da tradução do Leminski que
acham vulgar, simplista e baixa. Coisas de curitibano com complexo de
inferioridade! E
parabéns ao elenco que não tem medo de ser feliz e não faz teatro para receber
tapinha na bunda! E.... RALA SUA MANDADA!!!
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