De um modo geral nós não gostamos da palavra “catarse” porque ela, filha
do pensamento aristotélico, representa para o teatro um sinal de ilusão que é
sinônimo de medo da vida e fuga da realidade. Nada a ver com imaginação fértil,
que é outra coisa. Mas num processo de criação e descoberta, quando as emoções
fluem e a vida se apresenta em toda a sua fertilidade, é preciso curvar-se e
aproveitar, porque a criação nasce da liberdade e da loucura, que é companheira
do amor. O nosso terceiro dia foi a vitória da inocência e da coragem! Foi um
passo muito grande para um caminho onde o mistério se faz presente e como disse
Joseph Campbell: “os artistas são os xamãs do nosso tempo”! As fotos desse dia,
embora intensas e suadas, não traduzem 1% do que foi o grande dia, mas têm o potencial da invocação do mistério!
“Para que alguma coisa relevante ocorra, é preciso criar um espaço
vazio. O espaço vazio permite que surja um fenômeno novo, porque tudo que diz
respeito ao conteúdo, significado, expressão, linguagem e música só pode
existir se a experiência for nova e original. Mas nenhuma experiência nova e
original é possível se não houver um espaço puro, virgem, pronto para
recebê-la. “ – Peter Brook – A Porta Aberta
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