"O meu país é a utopia. Um mapa do mundo que não compreenda o país da Utopia não merece nem mesmo um olhar, pois ignora o único país ao qual a humanidade continuamente chega. E quando a humanidade lá atraca, fica alerta, e levanta novamente as âncoras ao vislumbrar uma terra melhor."- Oscar Wilde

SATYRICON DELÍRIO – Me surpreender… Se surpreender…


Dizer ao ator “vai lá para frente que eu quero ver o teu delírio..” ou “vai lá, surpreenda-me...” é até fácil, e claro, difícil encontrar a cada segundo do treinamento, que às vezes leva dezenas de minutos ininterruptos, um estímulo físico novo e que seja vivo, intenso, transformador pulsante de vida e ao mesmo tempo artístico! Uma aventura de improvisação corporal que parece dividir o ator em três ou mais dimensões inexplicáveis. Como nunca perder o contato com o corpo do outro, sem abrir mão do seu próprio e ainda estabelecer uma outra conexão: com o público. Três “estados” plenos, equilibrados, onde um nunca prevalece sobre o outro. Afinal é preciso ser, estar sensível, ou seja, em contato permanente com a totalidade de seu corpo. Então que uma bela parte do treinamento é aquela em que o ator, concentrado, sensível e vivo surpreende a cada instante os olhos e os sentidos de quem o assiste. Mas, mais emocionante é a outra face da moeda: aquela em que o ator, pleno dos três estados, surpreende-se a si mesmo, experimentando o novo entre a tensão, a extensão, a intenção e a porta aberta. Carne e sangue. E tudo é uma coisa só, um verdadeiro estado de interpretação, onde Apolo surpreende e Dionísio surpreende-se! Em meio ao treinamento, a certeza de que a arte é uma consequência de disponibilidade, sensibilidade, alma e coragem! SATYRICON DELÍRIO é a potencialidade daquilo que não se pode tocar e que, invisível, se estabelece em meio à cena como um mistério xamânico e moderno. Lágrimas, suores, arrepios, fraternidade, amor, paixão e desejo superam o medo e... bem... alguma coisa acontece!


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