TANTO TEATRO EM CARNE E SANGUE!
(Fotos de Chico Nogueira)
(Fotos de Chico Nogueira)
Disponibilizar-se, usar-se, abusar-se, ambicionar seu corpo como
instrumento, matéria prima e caminho para algum tipo de arte que só acontece de
verdade quando é no contato. O teatro. Que pede atores que são portas abertas e
nunca cofres fechados com segredos escondidos. Atores que tenham corpos
marcantes, reflexos de personalidade marcante, indivíduos marcantes,
exploradores marcantes. Atores sensíveis que estejam em contato permanente com seu
corpo todo. Que não tripudiam com essa maravilha, o corpo, que se comunica em
bloco, que não se divide, que se escancara e tem histórias verdadeiras pra
contar. Pessoas íntegras, inteiras, absurdamente corajosas que compreendam o
significado do humano. Que desejam encontrar o outro de verdade, sem máscaras
ou truques. Atores que estejam interessados em viver o subjetivo e fazer
presente o que é invisível. Que compreendam – carne e espírito – o significado
do tal “estado de interpretação”. Gente de carne e osso, pulsante de vida e que
se doa ao teatro por puro prazer e loucura. Desejo e medo movem o mundo. Não
tenho dúvidas disso. Bem... por que isso tudo? Terminamos hoje a Oficina I com
a turma da noite. Experiência maravilhosa na Casa do Damaceno. Experiência
emocionante, onde o movimento era tão sensível que levava às lágrimas. Não por perda
ou memória, mas por si apenas. Ser, saber e poder estavam presentes naquela
sala suada e quente. Pessoas incríveis, insistentes e obstinadas! Quanto teatro
pode nascer de suas decisões corajosas! Quanto bom teatro. Por hora, 21 dias
depois, ficamos por aqui! Mas como a eternidade acontece num átimo de segundo,
tudo ainda é vivo e presente. E assim sempre será!
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