Johnny Leal me perguntou hoje se eu estava ansioso para a Oficina que
vai começar dia 3 de fevereiro. Respondi sem pestanejar: “Eu? Não. Quero apenas
dar a melhor Oficina da minha vida!” Dia desses estava assistindo ao
maravilhoso documentário “Evoé”, sobre aquele que é para mim o maior nome do
teatro brasileiro, Zé Celso Martinez Correa, e ele falava com a boca cheia: “A
coisa que eu mais respeito é a minha intuição!” Bem, nesses nossos tempos
tecnicistas e acadêmicos (e pensar que o modernismo data do final do século XIX!)
penso que permitir aos atores que farão a Oficina despertar o melhor de suas
intuições é um trabalho hercúleo! Os caminhos são os mais difíceis, cansativos
e misteriosos, mas em cada homem ou mulher que se deseje artista, que sonhe ser
um verdadeiro ator, indo para a cena significar e dar significado a cada gesto,
a cada som, a cada silêncio, a cada olhar, a cada palavra dita, existe um
sonhador capaz de realizar arte; aquela que tem como matéria prima o próprio
corpo. É preciso determinação e força interior, é preciso obsessão pelo que
parece inútil ou descartável. É preciso entender que o caminho é de
concentração e desejo e que o conteúdo não é tão visível quanto parece. Eu
tenho certeza de que faremos a melhor oficina das nossas vidas e que dela
tiraremos o melhor de nós mesmos. E o melhor não é apenas o que desconhecemos
ou está escondido; o melhor é a amplitude das nossas potencialidades e a
invenção das novas. É, como disse um dia Alexander Lowen, encarar uma grande
viagem transoceânica no convés, observando e vivendo cada segundo da paisagem!
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