"O meu país é a utopia. Um mapa do mundo que não compreenda o país da Utopia não merece nem mesmo um olhar, pois ignora o único país ao qual a humanidade continuamente chega. E quando a humanidade lá atraca, fica alerta, e levanta novamente as âncoras ao vislumbrar uma terra melhor."- Oscar Wilde

SATYRICON DELÍRIO - Terceiro passo para a Oficina I

AQUECENDO OS SENTIMENTOS... (3)

AMOR E ARTE - As coisas só são eternas dentro de nós e enquanto as amamos. Todo o resto é ilusão. E, de todas as ilusões, a mais eterna e a que mais dá sentido à vida, apesar do tempo, é a arte. E depois dela o amor, que é tão ilusório e efêmero quanto o tempo.

Elder Gattely interpretando Gregor Samsa em "Metamorphosis", de Kafka - Direção e adaptação Edson Bueno - 2005 -

Joseph Campbell não titubeou quando disse que os XAMÃS do nosso tempo são os artistas. Que as ações dos artistas, quando ousadas, não importa em que contexto aconteçam, e, conforme elas possa ser, mais ou menos, rompem a “barreira do tempo ilusório”e recriam a vida, além de dar a ela mais cor, emoção, sentido e originalidade. E não podemos dizer isso aos atores, aqueles que, pelo menos pra mim, são o começo, o meio e o fim do teatro? Por que tanto medo? Por que tanta vaidade? Por que tanto espírito competitivo, por que associar, por exemplo, “fazer teatro” com “vencer na vida”? Por que preocupar-se com a vida civilizada e estabelecida que vivemos por consequência, se podemos, no teatro, viver uma outra que não precisa ter absolutamente nada daquela. Temos o direito, temos o poder, e só precisamos desejar! Como é feliz o ator, esse ser que tem a arte morando em seu corpo vivo! Então que o espírito mágico e misterioso do ritual pode, sim, acontecer em meio à felicidade, à irreverência e o prazer. E por quê? Oras, justamente porque são simples e naturais; pelo menos para os artistas. E alguém pode perguntar: “Mas então os artistas são especiais?” E eu respondo sem titubear: “Não! Não são especiais. São artistas.” E o ator que é o artista e a arte ao mesmo tempo? Quando você olhar para cada milimétrico pedaço do seu corpo e perceber que ele é arte, além da banalidade ou da vulgaridade ou da efemeridade da vida, vai sentir-se capaz de subir ao palco e interpretar, não apenas um personagem, mas um espetáculo, uma ideia, uma linguagem ou até uma história. Como um XAMÃ vai invocar espíritos e inventar mundos, estabelecer mistérios e iluminar pessoas. É isso... por enquanto... (Continua...)

Nenhum comentário:

Postar um comentário